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UTFPR admite não ter condições de atender estudantes com deficiência


Apenas dois meses após o início das aulas na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), a universidade admitiu não ter condições de atender todos os alunos com deficiência. Segundo a instituição, não há tradutores e intérpretes suficientes para auxiliar os estudantes com dificuldade auditiva severa. Além disso, até mesmo as professoras surdas que ministram as disciplinas de Língua Brasileira de Sinais (Libras) e Educação Inclusiva estão sem esse acompanhamento.

A UTFPR respondeu à reclamação explicando que se preocupa, sim, com o atendimento aos estudantes com deficiência, mas que existem inúmeras dificuldades para a contratação de mais tradutores da linguagem de sinais. A instituição explica que é necessário que os profissionais tenham nível superior e também uma habilitação em Tradução e Interpretação em Libras para atuar nos cursos de graduação e pós-graduação, o que diminui o número de candidatos.

Além disso, o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) adotado pela instituição para ingresso de universitários, não possibilita saber o número de pessoas com deficiência que ingressarão na universidade e nem suas necessidades.

Este ano, por exemplo, a instituição recebeu cinco alunos com dificuldade auditiva grave que necessitam de tradutores-intérpretes durante as aulas, porém, a universidade possui apenas três tradutores admitidos por concurso público em 2013.

Para resolver o problema, a universidade cogitou a possibilidade da abertura de um novo concurso público. No entanto, a Lei Orçamentária Anual 13.587/2018 impede gastos adicionais imediatos às entidades públicas, inclusive universidades, impossibilitando a abertura do processo e também a contratação emergencial de mais colaboradores.

A outra solução seria a adaptação curricular dos cursos em que os estudantes surdos estão matriculados. Entretanto, o estudante precisa aceitar a proposta de cursar apenas a metade das disciplinas de cada semestre e ainda seria necessário redesenhar as grades curriculares dos cursos e receber a aprovação do Conselho.

“Por tudo isso, o campus Curitiba da UTFPR não tem condições objetivas de garantir a qualquer estudante surdo atualmente matriculado na Instituição, o atendimento imediato ou ideal às suas necessidades. Não por falta de empenho de nossos setores na busca de soluções, mas pelas barreiras impostas a cada uma das soluções imaginadas”, afirmou a instituição no documento enviado ao Ministério da Educação.

A universidade ainda informou que o MEC não respondeu ao documento e a situação permanece sem solução.




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