Troca de figurinhas da Copa do Mundo faz curitibano ‘voltar no tempo’
Diversões juvenis como bater bafo e trocar figurinhas estão voltando a fazer parte da rotina de marmanjos e moçoilas de Curitiba. No último dia 18 a Panini lançou no Brasil o mais novo álbum de figurinhas da Copa do Mundo, credenciado pela Fifa em todo o planeta. E nem bem chegou ao mercado a novidade virou uma febre na cidade, que já conta com uma série de eventos marcados para incentivar a reunião entre colecionadores. O Brasil é o maior consumidor de figurinhas da Copa, segundo a Panini.
Só na última quinta-feira, por exemplo, foram realizados dois eventos cujo intuito principal era trocar figurinhas repetidas para fechar o álbum mais rápido — ao todo são 682 cromos, sendo 50 especiais (metalizados e com efeitos luminosos). O maior deles, realizado no hall do prédio do curso de Administração da Universidade Federal do Paraná (UFPR), contou com a participação de dezenas de pessoas.
É nos finais de semana, contudo, que a coisa realmente bomba. São mais de 10 estabelecimentos e grupos realizando semanalmente encontros para trocar os cromos repetidos por outros faltantes, repetindo a tradição de Copas recentes de se reunir em locais públicos ou privados para fazer o escambo (confira a lista na página).
Um desses locais é o La Rauxa Cafè i Bistrot, localizado no bairro Ahú (R. Eurípedes Garcez do Nascimento, 906), que desde o dia 24 de março e até 30 de junho irá promover todos os sábados, das 15 às 19 horas, a troca de figurinhas no estabelecimento, com entrada gratuita.
De acordo com Fernanda Muraro, sócia-proprietária da empresa, a ideia de fazer a confraternização — este será o primeiro ano em que o bistrô participa da moda — surgiu numa tentativa de incentivar o filho, de 10 anos, a trocar figurinhas. “No colégio os pais gostaram da ideia e a coisa foi crescendo. Agora as crianças até passam aqui durante a semana deixam as listinhas das cartas que procuram”, conta a empresária.
A cada semana, uma média de 50 pessoas participam do encontro, entre adultos colecionadores e pais e filhos — a maioria dos pequenos, inclusive, inicia suas coleções incentivados pelo amor dos pais. Uma oportunidade, portanto, para também alavancar negócios.
“Conseguimos aumentar o movimento aos sábados com o encontro. Além disso, as pessoas vão conhecer mais o café, que conta com um espaço exclusivo poara as crianças”, complementa Fernanda.
Na Copa de 2014, realizada no Brasil, os encontro para troca de figurinhas chegava a reunir centenas de pessoas, principalmente na Praça Ucrânia. Foi uma febre.
Brasil é o país que mais consome o produto
De acordo com a Panini, o Brasil é o maior consumidor do álbum de figurinhas da Copa do Mundo entre os 92 países que participam da brincadeira. Embora não revele o número exato de produtos vendidos por país, a editora divulgou recentemente à imprensa que os brasileiros consomem mais do que o dobro do segundo colocado, a Alemanha.
Tamanho interesse, inclusive, acabou tendo ótimos reflexos para a empresa em 2014, quando o evento Fifa foi realizado em território tupiniquim. Naquele ano, foram impressos mais de 8,5 milhões de exemplares, um crescimento de 70% na comparação com a Copa da África do Sul de 2010, quando foram 5 milhões de unidades. Além disso, o total de figurinhas vendidas quadruplicou por conta do interesse maior dos torcedores pelo torneio realizado no país.
E claro, ter a foto de jogadores consagrados, como Neymar, Messi, Cristiano Ronaldo e outros, também ajuda a criar um frisson. Em todas as edições, tem sempre uma figurinha que ganha a famam de rara.
Completar a coleção custa mais de R$ 400
Começar a brincadeira não sai tão caro. Cada pacote com cinco figurinhas é vendido por R$ 2, ao passo que o álbum, que conta com espaço para as 682 figurinhas, está sendo vendido a R$ 7,90 (a edição especial, com capa dura, sai por R$ 49,90). O que acaba pesando no bolso, porém, é conseguir chegar ao final com o álbum completo.
De acordo com o matemático Sebastião de Amorim, professor da Unicamp, considerando-se diversas variáveis (como as figurinhas repetidas e a distribuição dos lotes pelas bancas), para completar a brincadeira são necessários cerca de 280 envelopes, o que dá um custo de R$ 560.
Para quem não tem tanta paciência — e também quer economizar um pouco — é ainda possível comprar o álbum completo ou mesmo a coleção com as 682 figurinhas pelo Mercado Livre. O valor varia entre R$ 400 e R$ 550.
Onde trocar figurinhas
Banca de Jornal
Endereço: Avenida Manoel Ribas, 6390, Santa Felicidade
Quando: Sábados a partir das 14 horas
Banca Julex
Endereço: Avenida Winston Churchil, esquina com a rua Leon Nicolas, no Pinheirinho
Quando: Finais de semana a partir das 8 horas
Banca Santa Quitéria
Endereço: Av. Iguaçu, esquina com a Av. Arthur Bernardes
Quando: Finais de semana, pela manhã
Casa do Colecionador
Endereço: R. Marechal Deodoro, 502 - Galeria Curitiba Park&Business, Lojas 6, 7 e 8
Quando: Todos os dias, com trocas de figurinhas das Copas de 2006 a 2018
La Rauxa Café
Endereço: Rua Eurípedes Garcez do Nascimento, 906, Ahú
Quando: Todos os sábados, das 15 às 19 h
Livraria Cultura - Shopping Curitiba
Endereço: Rua Brigadeiro Franco, 2300, Batel
Quando: Datas a confirmar.
Praça da Espanha
Endereço: Rua Coronel Dulcídio, Batel
Quando: sábados e domingos pela manhã
Praça da Ucrânia
Endereço: Rua Padre Anchieta, Bigorrilho
Quando: Sábados e domingos, a partir das 10 horas
Revistaria e Papelaria Alto da XV
Endereço: Rua XV de Novembro, 2728
Quando: Todos os sábados, a partir das 9h
UniCuritiba
Endereço: Rua Doutor Pamphilo D’Assumpção, 128 (Bar Mas Será o Benedito?)
Quando: 5 de abril (quinta-feira), das 20 às 23 horas
Yázigi Campo Largo
Endereço: Rua Centenário, 2285, em Campo Largo, na região metropolitana
Quando: 12 de abril, a partir das 16 horas
